Caracterização de recifes mesofóticos em áreas chave da Plataforma Continental Brasileira: Margem Equatorial e Bacia Sergipe-Alagoas

  1. Vale, Nicholas Farias Lopes do
Dirixida por:
  1. Juan Carlos Braga Alarcón Co-director
  2. Leonardo Tavares Salgado Co-director

Universidade de defensa: Universidad de Granada

Fecha de defensa: 13 de xuño de 2022

Tribunal:
  1. José Manuel Martín Martín Presidente/a
  2. Marta Rodrigo Gámiz Secretario/a
  3. Bruno Rosado Vogal
  4. Guilherme Henrique Pereira Filho Vogal
  5. Viviana Peña Vogal

Tipo: Tese

Resumo

A Margem Continental Amazônica (MCA) e Bacia Sergipe-Alagoas (SEAL) se destacam pelo desenvolvimento de formações carbonáticas/siliciclásticas, desde períodos geológicos passados até o presente. O foco deste estudo foi avaliar a evolução das estruturas recifais da MCA e rodolitos da Bacia SEAL após o Último Máximo Glacial (LGM). Com os resultados obtidos, foi possível definir a estrutura das formações recifais; as fácies dominantes nas amostras estudadas, caracterizando-as nas distintas idades de sua formação. Três principais formações foram reconhecidas em diferentes faixas de profundidade: bancos de rodolitos, concreções carbonáticas e ‘recifes’. Um total de 22 morfo-taxons de algas vermelhas (rodofíceas) foram identificadas nos locais de estudo. A transição entre a plataforma externa e a quebra da plataforma no Setor Norte da MCA traz consigo uma série de estruturas proeminentes de alto relevo. Os topos destas feições estão entre 110-165 m de profundidade e parecem ter se originado durante o baixo nível do mar (NM), através da erosão dos arenitos Pleistocênicos. Os depósitos carbonáticos e siliciclásticos acumulados no topo dessas feições durante o LGM e deglaciação precoce foram gradualmente submersos pela elevação do NM e pela subsidência. Uma fina camada de organismos incrustantes (algas coralináceas, esponjas, briozoários e serpulídeos) coloniza atualmente a maioria dessas superfícies e contribui para a agregação de uma camada carbonática fina com siliciclásticos de grão fino. O Setor Central, em frente à foz do rio, está associado ao acúmulo de sedimentos a longo prazo e carece de uma ruptura na plataforma. No entanto, comunidades bentônicas vivas ocorrem em afloramentos rochosos. O Setor Sul é menos influenciado pela pluma do rio e inclui uma plataforma mais rasa e um cânion proeminente. Os afloramentos rochosos do Pleistoceno a 180 m carregam coberturas finas de uma comunidade bentônica dominada por esponjas e algas coralináceas, que são responsáveis pelo acúmulo de um depósito fino de bioclastos, areia de quartzo e lama sobre o substrato rochoso. Assim, os ‘recifes’ da plataforma externa e a margem mesofótica da Amazônia são tipicamente rochas antigas erodidas, colonizadas por organismos incrustantes durante o LGM e deglaciação formando uma camada carbonática, que agora suporta uma comunidade mesofótica. Operações com Veículo Operado Remotamente e a amostragens com rede de arrasto de fundo na Bacia SEAL revelaram a ocorrência de bancos de rodolitos entre 25-54 m de profundidade. Nas profundidades mais rasas, rodolitos ramificados (maërl) aparecem nos leitos de ondulações (ripples) e outros rodolitos não ramificados ocorrem associados a corais e esponjas circundadas por areia bioclástica. Rodolitos também ocorrem em manchas e alguns são fundidos entre 30-39 m de profundidade. Em profundidades maiores (40- 54 m) a abundância de rodolitos aumenta e ocorre associada a macroalgas carnosas, localmente alguns são maërl e outros são parcialmente enterrados por sedimentos de granulação fina. Duas fases de crescimento podem ser distinguidas em alguns rodolitos. Os núcleos apresentaram idades entre 1.600-1.850 anos, enquanto as camadas externas eram muito mais jovens (180-50 anos). As camadas de crescimento pareciam ter sido separadas por um longo período de enterramento no sedimento do fundo do mar.