Síndrome de Burnout e Stresse Percebido em Docentes do Ensino Superior de Portugal

  1. Teles, Renata
Dirixida por:
  1. Antonio Valle Arias Director
  2. Susana Rodríguez Martínez Co-director

Universidade de defensa: Universidade da Coruña

Fecha de defensa: 30 de novembro de 2021

Tribunal:
  1. José Carlos Núñez Pérez Presidente/a
  2. Isabel Piñeiro Aguín Secretaria
  3. Leandro S. Almeida Vogal
Departamento:
  1. Psicoloxía

Tipo: Tese

Teseo: 695315 DIALNET lock_openRUC editor

Resumo

Ser professor é uma das classes profissionais mais acometidas pelo Stresse nos dias de hoje, sendo a Síndrome de Burnout uma forma de Stresse Ocupacional já sendo considerada uma questão de Saúde Pública. A saúde física e mental do trabalhador e o seu comprometimento com a sua atividade profissional podem afetar a sua qualidade de vida. Pretende-se conhecer os fenómenos Burnout e de Stresse Percebido em docentes do Ensino Superior Português. De 520 inquiridos 339 (65.2%) do género feminino. Foram usados três instrumentos o MBI, a PSS e um Questionário Sociodemográfico construído para o efeito. Tendo como suporte estatístico o SPSS (V. 20.0), realizaram-se Analises de Variância (ANOVA), recorrendo-se aos critérios de Cohen (1998). Numa segunda fase os critérios de identificação do Burnout segundo o questionário MBI (Maslach & Jackson, 1986) foram a base para caracterizar docentes em Burnout. Surgiram níveis elevados de Exaustão Emocional nos docentes dos 40 a 49 anos de idade, nos docentes com 11 a 29 anos de serviço, nas mulheres, nos que lecionam nas IES Públicas, sobretudo nas Politécnicas e nos contratados a termo incerto. Na Despersonalização os homens surgem com valores superiores. Já na dimensão Realização Pessoal (sendo uma dimensão inversa) surgem valores superiores nos docentes casados, residentes na zona Norte de Portugal, das IES Privadas e em particular professores trabalhadores independentes (recibos verdes). Níveis superiores de Stresse Percebido surgem nos docentes em desenvolvimento de carreira, nas mulheres, contratados a termo incerto, e que trabalham em IES Públicas, sobretudo nas Universitárias. O Stresse Percebido é inferior nos docentes com mais de 60 anos, nos contratados a “recibos verdes”, em início e fim de carreira, ou que trabalhem nas IES Privadas, sobretudo nas Universitárias. Relacionando Stresse Percebido e as dimensões de Burnout constatou-se que quando há níveis elevados de Stresse Percebido há níveis elevados de Exaustão Emocional e Despersonalização opondo-se à Realização Pessoal e se esta for elevada o Stresse Percebido é baixo. Burnout e Stresse Percebido em Docentes de Instituições Ensino Superior Portuguesas Renata Teles IX Dos 68 docentes em Burnout, contatamos na sua maioria são mulheres, docentes com idades compreendidas entre os 50 e os 59 anos, que têm um filho, que são casados, lecionam nas IES Públicas, sobressaindo os do Politécnico, que têm entre 10 e 29 anos de serviço contratados a termo incerto, da área científica “ciências sociais” e residentes no Centro de Portugal. Um dado inovador desta pesquisa foca-se nos resultados obtidos nos subsistemas do ES. Constatamos que trabalhar em IES Públicas, Universitárias e Politécnicas, assim como ter estabilidade na relação contratual constituem fatores de risco para desenvolver, com mais propensão, níveis elevados de Stresse. Já ser trabalhador independente constitui um fator protetor para o desenvolvimento de níveis superiores de Stresse e de Burnout. Estes resultados apontam para a constatação que ser docente do ensino Superior é de um elevado grau de complexidade decorrente da equação tripartida entre ensinopesquisa- extensão, surgindo assim a necessidade de se sensibilizar as IES para esta problemática de forma a promover o bem-estar físico e mental dos seus docentes.